segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um Português no Pamir

Escaladas de 6100m e de 7104m no Tadjiquistão-

Acordei com um terrível sobressalto a meio da noite gelada. No ar rarefeito a 6400m, apertado dentro da tenda, tinha-se-me tapado o nariz. Ergo-me dentro do saco-cama debatendo-me com esta contrariedade que não me deixar mais dormir.
Decido sair - talvez o ar frio me auxilie.
Ao mover-me salpico o interior da tenda com o gelo que se formou nas suas paredes - é proveniente da nossa respiração que condensou e gelou.
Mal desponto a cabeça de fora o choque térmico nos meus pulmões é fortíssimo e deixa-me muito ofegante.
A noite está radiosa com o céu claro e estrelado iluminando as grandes montanhas em redor. O espectáculo é grandioso mas os cerca de 25o negativos não permitem devaneios. Sinto-me melhor e preciso de descansar.
Amanhã partimos para o cume.
Em 1990 decidi conhecer pela primeira vez a grande altitude e juntei-me a um grupo de amigos franceses para tentarmos a escalada de um 7000m no Pamir.
As inúmeras escaladas e raides de ski-alpinismo nos Alpes deram-me técnica e experiência para participar com confiança nesta expedição.
No entanto, sete mil metros de altitude é bastante mais alto que os 4807m do Mont Blanc - o ponto mais elevado da Europa Ocidental - que escalara cinco vezes por vias diferentes, uma das quais para o descer em ski.
O projecto era aliciante e desafiador ainda para mais por nenhum de nós ter experiência da grande altitude. Todos levávamos conhecimentos teóricos sobre a táctica de aclimatação e de ascensão, mas nenhuma prática.
Encontrei-me com a equipa em Moscovo: o Alain e o Jean François (Jeff) de Toulouse, meus conhecidos das escaladas em Chamonix, e o Patrick e a Isabelle de Lyon, que se viriam a juntar a nós.
Passados dois dias de visita a Moscovo tomámos o avião para Osh na República da Kirghizia.
O voo pareceu-me demorar toda a noite e acordei, já o sol brilhava, com uma asa de frango gordurenta e um arroz ralo na minha frente - era o pequeno almoço "signé" Aeroflot.
A organização tínha-nos preparado outro pequeno almoço de reforço no aeroporto - um autêntico manjar - que nos permitiria sobreviver um dia inteiro de camioneta por uma região muito montanhosa em direcção ao maciço do Pamir, situado na República do Tadjiquistão.
Esta cadeia é o prolongamento do maciço de Karakoram e estende-se do norte do Paquistão e Afeganistão ao deserto de Taklamakan na província chinesa de Xingiang.
Nesta região vivem os povos kirghiz e kazhak que antigamente se deslocavam livremente entre o mar Cáspio e os grandes planaltos do oeste da China e do Tibet. No tempo em que eram aliados de Genghis Khan e as "Montanhas Celestiais" garantiam a sua protecção.
Conhecendo o relevo, é fácil de entender como até ao início deste século a região se tem mantido tão isolada, excepção feita aos viajantes que, como Marco Polo, percorriam a Rota da Seda para penetrarem na Ásia Central.
Nos dias de hoje os costumes mantêm-se como há séculos e a vida decorre rude e pacata como sempre. Encontram-se todavia algumas excepções à tradição como a botija de gás à porta da tenda "yourt" ou a motocicleta velha com "side-car".
A base da alimentação é ainda o leite de égua e a carne de carneiro. A sua economia baseia-se na pastorícia e o cavalo continua a ser o meio de transporte privilegiado.
"Os cavalos são as asas do nosso povo", diz um provérbio kirghiz. Este animal assume desde sempre um papel de destaque na vida destes povos sendo a sua presença constante no imaginário colectivo. Cortejar uma mulher dizendo-lhe que se parece com um cavalo é um grande piropo e, ao invés, criticar um cavalo é uma afronta para o seu dono. Ainda hoje se realizam corridas e jogos tradicionais, sendo o "buz kashi" o mais praticado e apreciado: duas equipas a cavalo disputam entre si um bezerro decapitado tentando colocá-lo num círculo ao centro do campo - é um jogo muito violento, comparável a um rugby a cavalo.
Depois de horas de todo-o-terreno pela estepe verdejante chegamos ao campo de Ashik Tash a 3600m terrivelmente fatigados e moídos. Em conversa com outros franceses tomamos conhecimento da enorme tragédia: na véspera, ao fim da tarde, abatera-se uma imensa avalanche sobre o campo 2 a 5200m do Pico Lenine (7134m) sepultando 45 alpinistas: 26 russos, 10 checos, 2 alemães, 4 israelitas, 2 suíços e 1 espanhol. Salvaram-se somente um russo e um checo com graves congelações e hipotermia. Este acidente é considerado a maior tragédia da história do alpinismo.
Tratei de enviar imediatamente um telegrama à minha mulher para sossegá-la pois a notícia iria correr rapidamente.
No dia seguinte iniciámos o nosso programa de aclimatação à altitude escalando o Pik Piotrovski (4800m) que ofereceu muito pouca resistência. Este processo de adaptação do organismo à altitude é necessário quando não se utiliza oxigénio engarrafado.
A 7000m a composição do ar é idêntica à do nível do mar, o que varia é a pressão atmosférica. Sendo ela reduzida, o organismo tem de compensar-se: cria glóbulos vermelhos em excesso para fixar mais oxigénio e multiplica os alvéolos pulmonares igualmente com esse fim.
Nestas condições vive-se num delicado equilíbrio fisiológico em que devemos vigiar-nos atentamente e hidratarmo-nos o mais possível para permitir ao organismo regular a fluidez do sangue e, assim, evitarmos os edemas, pulmonares ou cerebrais. Neste processo o sangue torna-se mais viscoso e tem maior dificuldade em irrigar as extremidades facilitando as congelações.
Dois dias de estada em Ashik Tash foram suficientes para uma aclimatação preliminar e partimos para o campo de Moskvina a bordo de uma caranguejola voadora: um helicóptero da Aeroflot. Uma hora de voo para o interior do maciço deixou-nos absolutamente maravilhados com o espectáculo montanhoso em que penetrávamos. Viajámos de escotilhas abertas e cabeça de fora, sem fôlego e de cara gelada.
O campo de Moskvina, a 4300m, seria a nossa base e daria acesso a vários picos, entre os quais o Pik Kommunisma (7495m) e o Pik Korjenyevska (7105m). Este campo está situado numa grande bacia entre altas montanhas e na confluência de dois glaciares - o espectáculo não podia ser mais deslumbrante !
No dia seguinte partimos para o Pik Vorobyovski (5300m) que alcançamos em dois dias. A ascensão decorreu sobretudo sobre cascalho, o que é muito incómodo, mas é preciso ganhar altitude. Acima dos 4000m é necessário cumprir-se um programa de adaptação à altitude. Consiste em atingirmos altitudes cada vez mais elevadas, de forma progressiva, para permitir ao organismo adaptar-se. Aplica-se a conhecida regra: "Escalar alto, dormir baixo".
Voltamos ao campo base para descansarmos um dia, e..."c'est parti" de novo. O nosso objectivo agora é o Pic des Quatre (sommets) com 6300m. Uma bonita agulha toda nevada com um aspecto um pouco abrupto.
Subimos o longo glaciar até ao campo 1 a 5000m, onde nos juntamos a um grupo de russos de Sverdlovsk. A sua hospitalidade é muito calorosa e querem dar-nos de jantar - aqui janta-se às 18h. Mal chego tenho já um prato de sopa numa mão e um naco de pão na outra, e pessoas ainda a oferecerem-me queijo, chá, sardinhas de lata, etc. A sua ânsia de contactar com estrangeiros é enorme e orgulham-se de nos acolherem no seu país.
Todos conhecem Portugal e querem saber o mais possível sobre o mundo exterior. A evolução da "perestroika" também é muito discutida e a grande estrela do momento é Boris Ieltsin que, para grande orgulho dos nossos "anfitriões", é também natural de Sverdlovsk. A conversa, muito animada, teve de ser interrompida pela disciplina horária que rege estas ascensões.
De manhã inicia-se uma dura etapa em neve e gelo até aos 6000m do campo 2. As mochilas pesam e o declive, muito alpino, obriga a um bom esforço.
Não foi fácil descobrir a exígua plataforma, onde mal cabiam as nossas duas tendas - o único local possível na íngreme vertente -, no meio de um vento forte e gélido.
Atingimos o cume no dia seguinte, não sem um inesperado e duro esforço através de um corredor (1) coberto de gelo vivo.
De volta ao campo base confrontaram-nos com uma dura decisão: o Pik Kommunisma, que era o nosso objectivo, apresentava um forte risco de avalanche e a organização russa tinha-o interditado. Ou esperávamos que as condições se alterassem, ou decidíamo-nos pelo Pik Korjenyevska. Tomámos esta última opção.
Partimos após dois dias de descanso. Eu não calçava meias pois tinha os dedos dos pés inchados devido ao frio muito intenso que sofrera no Pic des Quatre, pois certamente tinha apertado demasiado as botas reduzindo a circulação. A médica russa que me tratou disse-me que teria sempre que sentir os dedos, caso contrário que descesse imediatamente. A minha apreensão era grande mas a vontade de chegar ao cume muitíssimo maior.
No segundo dia de escalada chegamos ao campo 2 após uma longa e bonita travessia em neve com o tempo a piorar bruscamente: a temperatura e a neve a caírem auxiliadas por um vento gélido.
Este campo a 6000m, situa-se sobre o ombro da aresta noroeste e o espaço é escasso para as nossas tendas. Para cada um dos lados um descuido tem como consequência uma queda de muitas centenas de metros. Já lá se encontravam três tendas e pouco espaço restava para as nossas - tivemos de escavar a aresta de neve para o obter. Dois a dois revezávamo-nos na pá e no piolet (2) com frequência pois o esforço deixava-nos terrivelmente ofegantes.
Este contratempo atrasou-nos imenso o descanso. Quando devíamos estar deitados às 20h ainda esperávamos impacientemente que a neve fundisse. São necessárias cerca de duas horas para fundir os cinco litros de água para cozinhar e encher os nossos três cantis. A esta altitude, embora utilizássemos mistura de butano e de propano, a baixa pressão e o frio reduzem muito a eficiência do fogão. Em contrapartida, cozinhar é rápido pois os alimentos são liofilizados - tudo fica pronto em cinco minutos.
Acordámos com um sol radioso e com um ar calmo e fresco. Por cima de nós tínhamos uma secção de corda fixa em terreno misto (3) com alguma escalada em rocha. A seguir iniciava-se a longa aresta de neve que findaria no cume.
Uma equipa de japoneses descia com minuciosas medidas de precaução. Nós, como de costume, com a corda guardada na mochila, e bastões de ski em vez do usual piolet.
As mochilas pesam e o ritmo é lento: dezoito a vinte quilos às costas a esta altitude exigem um dispêndio de energia que deve ser muito controlado. Cada passo é medido, estudado e ponderado nas fracções de segundo que o precedem; os movimentos da coluna, da cabeça e dos braços estão em perfeita sintonia com o movimento das pernas para eliminar todo o desperdício de energia.
Chegámos ao campo 3 a 6200m onde se encontravam várias tendas. Os seus ocupantes que não tinham subido para tentar o cume, tinham-nas deixado guarnecidas e regressado ao acampamento base para melhor descansarem. É que nestas altitudes o organismo não regenera: ou se chega aqui com reservas vitais e morais para continuar a ascensão ou é preferível descer para melhorar a condição.
Vários alpinistas conversavam alegremente de tenda para tenda ao som do rugido surdo dos fogões que fundiam neve. Era fácil de detectar os que tinham descido do cimo nessa tarde pelo seu ar tenso e fatigado, pelas suas olheiras e a pele muito queimada do sol.
No momento em que sentados sobre as mochilas abríamos os cantis, um "parapente"(4) descontrolado abate-se à nossa frente. O piloto aos rebolões na neve, debatendo-se com os seus inúmeros cabos, consegue travar a queda para o abismo.
Resolve tentar de novo regressando ao ponto de partida.
Pouco depois retomamos a marcha. A nossa táctica consistia em subirmos mais uns duzentos metros para encurtarmos a etapa do dia seguinte ficando assim mais próximos do cume.
Deixando os meus companheiros continuar sentei-me na neve um pouco acima do parapentista para tentar conseguir uma boa fotografia. Não suspeitava que teria de esperar uns bons quarenta minutos pois a insegurança e o medo eram notórios no seu comportamento.
Lançou-se finalmente, mas novamente de forma precipitada. A vela tornou a não estabilizar e enrolou-se, mas agora era tarde demais. O piloto francês e o parapente desapareciam na vertente abrupta.
Fui encontrar as nossas duas tendas já montadas num local bem protegido do vento pela aresta de neve. De novo, enchemos um saco de neve para fundir, instalamo-nos na tenda e esperamos impacientemente pela água da nossa sobrevivência. Os alimentos têm um sabor terrível e temos de obrigar-nos a engoli-los rapidamente - é a altitude que nos provoca este mal-estar característico.
Como de costume, enfiamos tudo o que gela dentro do saco-cama: cantil, luvas, botas, máquina fotográfica. O espaço na tenda é diminuto e o desconforto é grande - para poupar peso havíamos decidido utilizar uma tenda dupla para nós os três.
Sete horas da manhã e o céu está descoberto, o ar calmo e o frio muito intenso. O silêncio é absoluto. Os cumes mais elevados começam a ser banhados pelos primeiros raios do sol.
De novo, fundimos neve para um chá bem quente, que acompanhamos com biscoitos. Os preparativos decorriam em silêncio pois, além de estremunhados, pairava sobre nós a incerteza quanto ao sucesso desta expedição. Muito embora as mochilas estivessem preparadas de véspera, tornámos a verificar tudo. Sairíamos o mais leves possível levando somente o estritamente necessário para alcançar o cume e regressar à tenda.
O Jeff estava tão ansioso que partiu à frente de todos. Eu debatia-me com as correias dos crampons (5) que gelaram durante a noite - com dois pares de luvas calçadas a tarefa exige perícia e muita paciência que nessa altura não abundavam. O Alain que esperava por mim, sentiu-se a arrefecer demasiado e partiu. Na tenda ao lado, o Patrick e a Isabelle, não davam mostras de grande actividade.
Embarquei finalmente numa viagem memorável. O silêncio era total e a paisagem gelada fazia-me sentir num mundo irreal. O avanço era terrivelmente lento devido às limitações da altitude e as noções de tempo e de espaço assumiam aqui outra dimensão. Uma dimensão totalmente desproporcionada e muito difícil de aceitar pois este é um jogo muito diferente dos outros: o elevado sacrifício físico e psíquico a que nos submetemos produz, por unidade de tempo, um avanço muito modesto e pouco compreensível ao olho vulgar.
Muito embora a forma física seja determinante é a vontade que é posta à prova. Na prática do alpinismo o desenvolvimento dessa vontade ao longo dos anos é crucial para se atingir o sucesso. É que somos confrontados regularmente com situações de risco que facilmente corroem essa determinação e que podem servir de pretexto bastante para se desistir da ascensão - às vezes a tentação é enorme, e vai crescendo à medida que estamos mais alto.
Olho para cima e vejo os meus dois amigos distanciados um do outro - parecem-me muito longe - o cume, nem falar. Nem quero sequer pensar. Concentro-me somente em manter um ritmo estável, e em parar o menos possível. A boa economia do tempo numa ascensão reside em caminhar lentamente, no limiar aeróbico, e reduzir ao máximo as paragens. Elas são todavia muito necessárias para acalmar um pouco a hiperventilação, que é o estado exageradamente ofegante em que vivemos.
Vejo nuvens de neve em rodopio mais acima; envolvem o Jeff. Espero que o vento não aumente de intensidade. Já levo as mãos e os pés gelados. Experimento imaginar-me numa praia portuguesa em pleno Verão, mas a ideia não me traz qualquer conforto. O sacrifício é tão grande que me pergunto para que é que decidi meter-me nisto. Ninguém pode ter prazer nisto ! Que raio de ideia vir para aqui arrastar-me na neve, ao frio - nunca mais quero passar por esta ! Vai ser a última vez ! Mas, desistir é que nunca. Irei até ao fim.
De repente lembro-me dos meus pés e dos conselhos da médica. Paro para mexer os dedos e, felizmente ainda os sinto. Passo a fazer pausas mais longas para os ginasticar, o que me vai atrasando, mas paciência.
Sou ultrapassado por um grupo de alpinistas do leste que me cumprimentam com grande simpatia. Um deles, o Alex, arménio, sabendo da minha preocupação, mandou-me sentar na neve e deu-me uma vigorosa massagem nas pernas e nas coxas. Dizia-me, ofegante, que iria sentir mais calor nos pés o que, infelizmente, não me pareceu acontecer embora lhe dissesse que sim.
Vejo o Patrick e a Isabelle mais abaixo; deve separar-nos uma hora.
A certa altura deixo a aresta para entrar na face, abaixo do cume. Sem a acção do vento o calor faz-se sentir e perco a sensação de frio. Sou mesmo obrigado a despir o volumoso casaco de plumas.
De repente, reconheço o Jeff que desce. Explica-me que esteve no cume e que não se sente bem, tem de descer rápido. Pergunto-lhe se falta muito - responde-me que o cimo é já ali, talvez mais cinquenta metros de desnível.
Não acredito ! Pela escala do cume parecia-me que estava ainda muito longe - mas que ilusão !
Quando cheguei ao topo, a 7105m, encontro o Alain só, sentado na mochila. Damos um forte aperto de mão. O contentamento é enorme e trocamos de máquinas fotográficas para registar o acontecimento.
O desejo de ali permanecermos é grande e passamos mais de uma hora sentados nas mochilas, apreciando o espectáculo de cumes nevados e de glaciares que se sucedem para lá da linha do horizonte. Não nos cansamos de elogiar as enormes beleza e grandiosidade do panorama em redor.
Chegam a Isabelle e o Patrick, depois uns canadianos e uns checos. Fotografias para todos - é o ritual da troca das máquinas fotográficas. Mas a alegria e a excitação não são exteriorizadas: a energia é já pouca e ainda nos preocupa a descida.
"Que c'est beau !", não nos cansamos de repetir. O nosso esforço é compensado com este sentimento indizível de satisfação e de plenitude, de domínio sobre o monstro debaixo de nós.
O espaço perde-se por cima de nós, sem limites físicos, a mente perdida no infinito, acima das coisas terrenas.
Gonçalo Velez

1990

NOTAS:
(1) - Corredor: canal coberto de gelo que desce do cume de uma montanha
(2) - piolet: picareta de alpinismo
(3) - terreno misto: rocha, neve e gelo
(4) - paraquedas dirigível
(5) - placa de aço de 12 pontas que se aplica na sola das botas


Nota: Estas são as primeiras escaladas portuguesas a cumes de mais de 6000m e de 7000m, realizadas em Jul 90.

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