terça-feira, 14 de maio de 2013
Costa Vicentina - o desafio a 120 metros de altitude
Altitudes de 120 metros podem ser desafiantes (e não estou a falar de escalada, mas tão só de marcha de montanha). De montanha sim, porque 4 ou 5 dias na costa vicentina cosntitui uma das marchas mais desafiantes que conheço em Portugal.
Programa tipo: início em Porto Covo ou Milfontes (expresso rodoviário em Sines ou Milfontes), final em Sagres (ou antes, para alguns incautos). Total 130 a 150 km, realizáveis em ritmo confortável em 5 dias preenchidos de 30 a 35 km diários. Para poder regressar a Lisboa ainda no 5º dia, prever apenas 4 dias e meio, de modo a terminar até às 14 horas em Sagres. Dormidas em bivaque, tenda ou residencial. A título indicativo, sugerem-se os seguintes locais: Almograve; Odeceixe; Arrifana; Vila do Bispo.
Principais desafios e dificuldades: a areia, não tanto a da praia, geralmente confortável e rija, mas a do topo das arribas, mole e rebarbativa, para pernas e calçado; as opções de percurso, pela praia ou em alternativa pela arriba, pela costa ou pelo interior; o abastecimento, nas pequenas mercearias e nos cafés; a escolha dos locais de bivaque, idílicos ou enmosquitados.
Dicas importantes:
*Calçado! Ténis trazem conforto mas pouca proteção. Botas dão proteção mas fazem bolhas com a dose maxi de areia.
*Leveza! Uma mochila ou camel back leve é fundamental. Eleger os itens mais importantes e ligeiros. Chinelos, pano de praia (tipo pareo), chapeu com abas, protetor solar, etc.
*Orientação: entre Porto Covo e Odeceixe, a Rota Vicentina está excecionalmente bem marcada (marcos de madeira, barra verde). Com a entrada no Algarve, instala-se a confusão. Marcas verdes, vermelhas, ausência de marcas, caminhos duplicados, etc. Mapa, GPS com track, conhecimento do local são boas ajudas.
O percurso é passível de ser realizado em BTT, mas com muitas inflexões para o interior, uma vez que a maioria das arribas não são cicláveis.
Os melhores meses para a travessia são Abril – Maio, ou Setembro Outubro, com poucos turistas (geralmente, nenhum treker português).
Rogério Morais, na costa vicentina desde 1980 :)
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2 comentários:
Update de maio de 2016: a praia do Canal (entre a Arrifana e a praia de Vale de Figueiras) deixou praticamente de ter areia, apenas grandes pedras roladas, pelo que a opção de ligação entre o Canal e Vale de Figueiras deixou de ser interessante pelo nível do mar. Descer ao canal e subir logo do outro lado do vale, seguindo sempre as marcações do GR 11 até Monte Novo. Aqui deixar o alcatrão e seguir para o marco geodésico da Bordeira praia pela altiplano. Rogério Alpine Morais
Update de 31 de dezembro de 2016: o passo dos Caixões, a sul da praia da Manteiga, sofreu duas derrocadas, encontrando-se por isso mais perigoso ainda que o habitual. Esperemos que com a primavera e o retorno dos pescadores possa voltar a ser praticável. RM
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