quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Reporter XPD - I


O nosso reporter radical, Tiago Branco, conseguiu entre tarefas enviar-nos às tres horas desta madrugada um relato do que tem sido a prova desde o seu inicio. Leiamos então uma descrição quase na primeira pessoa!


"Boas!

Para saber do andamento da nossa equipa, teóricamente, o melhor seria o live tracking do google maps no site do XPD, isto se o emissor de GPS que anda com eles não tivesse ficado sem bateria!! Assim, no site eles estão parados desde as 7h30 de terça-feira! :)

A prova foi projectada para decorrer em 5 etapas cada uma delas constituída por várias secções que por sua vez têm check points (CP’s) que devem ser controlados. Os CP’s podem ser prioritários ou bónus. A classificação é feita ordenando as equipas por nº de cp’s prioritários, n.º de cp’s facultativos e tempo, por esta mesma ordem.

Resumidamente, a primeira etapa decorreu na zona de Cascais/Sintra acessível técnicamente mas desgastante tendo em conta o que os atletas tinham pela frente. Na óptica da organização era uma etapa de lazer, uma espécie de aquecimento, permitindo dinamizar a região e permitir desfrutar de trilhos épicos no panorama das corridas da aventura. Uma secção inicial muito eclética, composta por diversas actividades como surf, escalada, kayaksurf, petanca e jogo da malha entre outras, espalhadas em Cascais e no Estoril e sempre com carta militar. Cada uma tinha pontuação específica, e o objectivo era fazer uma escolha de modo a atingir 100 pontos e receber um CP bónus, ou seja, só alcançavel para as equipas a lutar pelo primeiro lugar, ou para as menos experientes neste tipo de gestão de esforço, como se veio a revelar mais cedo do que se pensava (desistencia de 6 equipas muito precocemente). É importante referir que este tipo de prova com bónus e em que os CP não são obrigatórios, não é habitual no estrangeiro, pelo que as equipas não estão rotinadas a fazer uma gestão da escolha de CP´s, o que representa um desafio extra.

O nosso capitão Miguel, em sintonia com os restantes elementos, decidiu logo no briefing não ir à secção denominada score 100 e foram directos para a segunda secção, uma etapa de cerca de 20km em patins em linha e tryke, da praia dos pescadores até ao campo de futebol da Malveira da Serra. Uma chuva míuda complicou um pouco, especialmente nas passadeiras que se revelaram muito escorregadias para os patins, de resto decorreu sem problemas! Ficou muito marcada uma enorme diferença na patinagem das equipas de topo, especialmente as nórdicas.


O resto do dia foi preenchido com mais três secções sem grande exigência ao nível da orientação; uma pedestre até à Peninha passando pela praia da Ursa, onde apanharam as bicicletas para descer ao Parque da Marmeleira em Murches e para depois continuarem em trekking, e assim terminar a primeira etapa em Cascais por volta das 17h.

O balanço foi positivo, todos terminaram bem, e os 5 CP’s prioritários da etapa foram atingidos. Só ficou de fora o bónus!

Depois de um banho retemperador em casa da Sílvia e de uma (fraca) injecção de hidratos de carbono da telepizza, arrancámos para a Lousã, onde começaria a segunda etapa.

Após um curto sono acantonado no ginásio da escola da Lousã, ainda mais curto para o Miguel que ficou a traçar percursos na resma de mapas (78 ao todo entre formatos A3 e A4).


A prova reiniciou no Castelo da Lousã onde se deu uma nova partida em massa, sempre muito animada, para a primeira etapa verdadeiramente dura da prova!

Esta etapa levou as equipas da Lousã às Penhas da Saúde em 3 secções. Primeiro uma secção pedestre até Esporão, depois em BTT até Loriga e a finalizar, uma caminhada (ou corrida para os que disputam os primeiros lugares) até às Penhas da Saúde. É deslumbrante assistir ao vivo ao ritmo das equipas de topo! Estiveram cerca de 30 horas em contínuo esforço e chegaram às Penhas da Saúde a correr! A maioria fez a primeira paragem nas Penhas para recarregar baterias, comer muito e dormir! É muito interessante assistir a toda a mecânica das equipas, desde a gestão do esforço, à nutrição, o equipamento, o material técnico, óbviamente há muitas diferenças! Desde os que têm 4 elementos de assistência, cozinhas ambulantes etc, aos que nem assistência têm, o que chega a ser comovente, vê-los chegar derreados a uma área e estarem por sua conta, enquanto outros têm tudo preparado até ao pormenor de ter gomos de laranja separados e o material com revisões integrais!

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