terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ice Climbing Ecrins 2009

Para os adeptos da Escalada em Gelo, recomenda-se a participação da 19ª edição do "Fournel Meeting" que vai decorrer entre 8 e 11 Janeiro de 2009 nos Alpes.

A zona do Fournel é um dos locais dos Alpes mais emblemáticos para a escalada em gelo, onde abundam cascatas muito técnicas e permitem igualmente realizar percursos extensos com cascatas sucessivas.

As inscrições devem ser realizadas até 31 de Dezembro de 2008. Para inscrições e mais informação consultar http://www.ice-fall.com/.

Jornadas Técnicas de Canyoning

A Associação Desportos de Aventura Desnível, contando com a parceria técnico-cientifica da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e da Escola Superior de Desporto de Rio Maior e do apoio da Diverlanhoso e da Câmara Municipal de Povoa de Lanhoso, organizou entre 14 a 16 Novembro 2008 as Jornadas Técnicas de Canyoning.
O programa contou com diversas sessões: comunicações técnico-científicas, workshops, descida de um canyoning e o simulacro de um resgate.
Estas Jornadas contaram com 70 participantes, estando representados diversos monitores, clubes, empresas e estabelecimentos do ensino superior. As Jornadas decorreram num ambiente bastante descontraído e participativo, tendo sido alcançados os objectivos propostos

Em breve estarão disponíveis as comunicações em www.desnivel.pt/canyoning
Para mais informações e balanço final das Jornadas consultar o blogue de canyoning da Desnível.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

MONTANHAS SUBMERSAS II

O verão foi passando, com a habitual nortada que se faz sentir aqui pela serra de Sintra, e foi já em Setembro que um dia o vento amainou o suficiente para permitir ir ao cume da Montanha de Camões... mesmo aqui ao lado...
22 kilometros a oeste do Cabo da Roca ergue-se a Montanha de Camões, um pequeno planalto com pouco mais de 4 kilometros de comprimento na sua zona mais larga. As paredes do Cabo da Roca descem aos 100 metros de profundidade para depois irem ascendendo muito suavemente até à escosta este da Montanha de Camões. Do outro lado, virado a oeste, a encosta desce de modo abrupto até aos 500 metros de profundidade e ainda mais longe, numa zona chamada (Vá lá saber-se porquê!) Mar dos Ursos baixa aos 1000 metros continuando a descer pelo Atlântico “a dentro”!
A profundidade do cume varia entre os 40 e os 50 metros.
Numa zona afastada da costa e exposta a correntes oceânicas e ao forte vento norte que se faz sentir no litoral oeste de Portugal, a Montanha de Camões não é um spot que conste da lista de locais habituais dos operadores de mergulho.
Pela distância a percorrer, e pelas habituais más condições de mar que se encontram, é uma viagem que tem de se fazer com segurança e, já agora, conforto, o que mais uma vez implica ter uma embarcação que não o habitual semi-rígido usado para o mergulho junto à costa.
No principio de Setembro a meteorologia foi favorável e o centro de mergulho EXTREMEDIVE, a operar a partir da Marina de Cascais, conseguiu coordenar uma ida à Montanha de Camões, a primeira desde Outubro de 2006.
Ao contrário do que encontramos no Gorringe, aqui não temos um pico nem uma linha de cumeada. O fundo de rocha é relativamente plano e coberto de altas laminárias, com um aspecto mais normal de “fundo do mar”! A costa está a distância suficiente para que os sedimentos e lôdo não afectem a visibilidade que aqui é igualmente excelente, de um azul “açoreano” a perder de vista.














Se este local proporciona um mergulho de excepção, a viagem com mar “chão” num dia de sol vale só por si. Mas este dia trouxe ainda algo que ninguém esperava!!! Sendo por estes dias cada vez mais comum observar golfinhos junto à costa (Passam em frente à Guia de vez em quando, e em Sesimbra vêem-se todos os fins de semana!) não é nada comum vê-los debaixo de àgua...
Mas neste dia foi o que aconteceu... Os curiosos golfinhos vieram espreitar os mergulhadores, fazendo umas quantas passagens por nós, de um lado para o outro, para de repente desaparecer sem aviso.

...e não é habitual ver golfinhos na montanha...





























As condições de mar permitiram lançar ferro e fazer um intervalo de superficie de duas horas, tal como planeado, efectuando ainda um segundo mergulho, voltando a Cascais pelo final da tarde. A viagem demora mais de duas horas.

Foi um dia bem passado na Montanha... de Camões.




Uma silhueta conhecida de muitos montanhistas...

Fotografadas a sul do Cabo Raso rumo a oeste, por entre a névoa matinal, a Noiva e a Ursa começam a aparecer atrás do Cabo da Roca.

MONTANHAS SUBMERSAS I



Com grande pena minha estou sem fazer actividades de montanha há mais tempo do que desejaria... Áparte uma ou outra caminhada serrana sempre agradável mas pouco digna de menção não tenho feito nada de montanhismo nem canyoning...
No entanto, neste ano de 2008, reuniram-se condições que proporcionaram duas idas à montanha algo diferentes das habituais...

A primeira foi no passado mês de Junho, nos picos Ormonde e Gettysburg, cumes da montanha submersa chamada Gorringe.
Entre Portugal Continental e a ilha da Madeira existe uma grande cordilheira submersa, com cerca de 5000 kilometros de comprimento, e no local em que atinge menor profundidade (ou maior altitude, se preferirem!) forma-se aquilo a que se chama um “Banco”, uma espécie de cumeada ou planalto mais alto. No caso do banco do Gorringe, que tem o seu sopé a cerca de 5500 metros de profundidade, os dois picos mais altos, baptizados pico Ormonde e pico Gettysburg, são altissimos, chegando a cerca de 30 metros de profundidade, ou seja, profundidades alcançáveis em mergulho com escafandro autónomo.
Como podem calcular não é um local onde se vá regularmente, tanto pela logistica envolvida, bem como pelas condições meteorológicas, que têm de ser ideais.
Tive a oportunidade de pisar, ou melhor, ascender, porque na realidade não os pisei, ou...digamos... descer... a estes dois cumes muito pouco visitados, no passado mês de Junho no âmbito da Luso-Expedição OLYMPUS 2008 organizada pelo departamento de biologia da Universidade Lusófona.
No meio do Atlântico, por entre um mar imenso de um azul transparente, com visibilidades a perder de vista, é no minimo estranho chegar ao cume... vindo de cima!
Mais estranho ainda é apercebermo-nos que de facto estamos num cume, numa pequena e estreita agulha, com paredes e diedros verticais por cima de um abismo... Apercebermo-nos que se não fosse a àgua e a falta de gravidade dificilmente ali bivaquariam mais do que 2 ou 3 pessoas.
Continuamos a descer e vemos alguns picos, uma estreita linha de gendarmes, até um pico vizinho mais alto...
Apesar das muitas algas, esponjas e gorgónias, dos peixes e das raias, os cumes do Ormonde e do Gettysburg pouco têm a ver com o fundo do mar como habitualmente o vemos na televisão. A paisagem de rocha vertical será mais familiar ao montanhista do que ao mergulhador.

A àgua transparente deixa passar muita luz e num dia de sol e mar calmo, como foi o caso desta vez, a visibilidade é de muitos metros, o que nos permite admirar esta paisagem de rocha, habitada por imensos cardumes de pelágicos de porte considerável, que se aproximam curiosos atraídos pelas bolhas dos mergulhadores.
Aqueles que gostam de ver de perto a fauna dos locais que visitam não ficam desiludidos.

Não sei dizer quantas vezes se terá pisado este cume, aliás, quantas vezes se terá mergulhado neste cume, mas pela distância a Portugal Continental fácilmente se compreenderá que não é uma actividade ao alcance de qualquer um. Afinal nem todos nós somos os felizes possuidores de um barco que navegue 120 milhas náuticas, 223 kilometros, em condições oceânicas. Apesar de haver quem já o tenha feito em embarcações particulares é mais normal as raras incursões ao Gorringe revestirem-se de carácter expedicionário com objectivos cientificos.
Uma qualquer busca na internet por GORRINGE permite encontrar dezenas e dezenas de sites, com a mais variada informação, bem como inúmeros papers cientificos em formato .PDF

quinta-feira, 21 de agosto de 2008



Desenho: Jamie Givens,
Publicado em Alpinist 24, Summer 2008

domingo, 8 de junho de 2008

Marty Schmidt regressa do Everest





Hello everyone and greetings from Kathmandu. Today is the 7th of June.
Giannina and I walked out from base camp a few days ago, got stuck in Lukla for a few days of bad weather, pulled together all our equipment and today sorting out this gear for what stays in Nepal and what comes with us to Europe to guide Elbrus in Russia and then Kilimanjaro in Africa before heading home to New Zealand some time in Oct. this year.
What I need to talk about now is Tim's amazing ability to conform to the new heights that he experienced while on Everest.
As everyone can read, there were many summits of Everest this year. Just need to point out that Tim and I were climbing in a pure style, just him and I, no sherpas, no support, only back up O2 in place for medical reasons. On the 25th of May we made our attempt without O2 for camp IV, the south col.
Along the way, Tim tried his best to feel the altitude and work with it to get to a height that he never experienced before without any help from O2.
There was only one person who summited Ev
erest this year without O2, unfortunately he passed away on his return to the South Col. Tim and I were doing well without O2, until the yellow band, at around the 7,600 meter mark. I decided to see if Tim's speed work would be helped by a bit of O2.
Even with this boost, Tim's pace was not working for us. The goal was to pick up the pace for the south col or turn around for safety reasons. What we did was for the greater good.
Tim's future goals were confirmed with this Everest attem
pt. We have made plans for Cho Oyu in 2009, Gash 2 in 2010 and back to Everest in 2011. This is the path that will help him reach 8000 meters and above without O2, this takes courage and commitment, our beliefs in simplicity and our morals in climbing the 8000 meter summits with pure ways, no O2 or sherpas, just him and I and the goal of the 8000 meter summits, is possible because we believe in them.
This is the pure mountaineering experiences that we wish f
or and that is calling us to act upon. What we saw on the south side of Everest this year was a zoo. I could not believe how many sherpas were hired to haul all the clients gear to the higher camps, how much O2 cylinders were put in place by the sherpas in each camp so that the clients did not have to carry this gear, or set up their tents, or do...the normal mountaineering skills that one would expect a climber who summits Everest should be doing.
Ah well, I come from the climbing era of the 7
0, 80 and 90ies, where we did everything ourselves. This is the philosophy that I want my clients to know about and to experience. They come with me to be mountaineers and my climbing partner. I'll keep living this life style because it feels good to me to do so, also my clients feel so much better about their expedition doing it this way. When we turned for BC, everything felt right to do so. Tim pushed gear through the Khumbu Ice Fall 6 times, he was satisfied with his experiences and ready to trek out to Lukla, take the flight to KTM and head home to Dallas to family and friends. He will let them all know what an incredible experience he had on Everest. Giannina and I then decided to try for a one day ascent of Everest.
Having everyone clear out of Base camp, leaving just Giannina, Ningma, Sonam and myself, I felt ready to try for the summit in under 24 hours. Mark Batard made a 22 hour ascent many years ago and the record is now around the 12 hour mark by sherpas. But for us white folk to do it under 20 hours would be good enough for me. With just the 4 of us at BC, our food
was the best during these 5 days then all the other days combined.
Always make sure that BC food is the best in the world or get another BC organizer right away. Tim, Giannina and I suffered this year with bad food, hence we w
ill organized our own trip to the Himalayas from now on.

So, on the 28th of May, I left BC at 1800 hours. Making it to camp 1 in 2.5 hours, then camp 2 in 45 minutes. Arriving in camp 2 at 2115 hours. I r
est and changed clothes for .5 hours, leaving for the Lhutse head wall at 2145. I climbed well to camp 3 in 2 hours arriving at 0015 hours. I pitched my tent, brewed hot drinks, filled my thermos and left for the south col at 0115. I pushed gear to the col back on the 16th and new this area well.
Arriving at the Col at 0345, I took 15 minutes to look for the back up O2 cylinders that Tim and I planned to use for our ascent. We paid extra money for these cylinders to be in placed at the Col. I looked and looked and they were not there.
To me and Tim, this was a crime and we will look more into it in the near future. I promised my wife Giannina that we would have back up O2 in place, but it was not there, heads should roll for this. My next step was to check if i was feeling well enough to keep going for the summit. I left the south col at 0400, arriving at 8,200 meters at 0530, my lungs needed to be looked at.
I contracted a lung infection at some point and i s
tarted to heave green and yellow oysters, this was not a good sign to continue. I felt OK, a bit stretched with my air intake, feeling like I needed 3 good breathes for every good one. Yes 8,200 meters is high but I really felt like the infection was robbing me of good breaths. I made the decision to turn, I had the strength to do it right then.
Plus climbing to the summit without the back u
p O2 would not be good in chase I needed to rescue myself, since no one else was up there on the 29th May.
Happy 55 year anniversary Sir Ed.

All said now, it f
eels good to be back in KTM, eating well and looking forward to Elbrus and Kilimanjaro. Please write to me at my msigk2@gmail.com and I will be back in touch with all of you.
All the best from Nepal and we'll be in touch soon.
Cheers, Marty and Giannina

PS: O Marty é americano, guia de alta montanha, foi meu companheiro de tenda no Kangchenjunga em 2001 e tornou-se um grande amigo; escalámos o cume junto com o Piotr Pustelnik e o Brian Duthiers (os quatro na foto de topo, Marty de laranja). Recebi hoje esta mensagem do Marty que é um resumo da sua expedição Everest 2008 "guiando" um cliente. O Marty guia cumes de +8000m de um para um, ou de um para dois clientes.

terça-feira, 11 de março de 2008

Credenciação em Língua Pátria!






















(clique na imagem para aumentar)

Em tempos recuados, quando a Federação de Campismo resolveu organizar o montanhismo em Portugal por achar que tinha competência para isso, descobriu que não tinha técnicos!
Daí que tenha pedido aos clubes nela filiados que propusessem montanheiros para serem credenciados mediante avaliação do seu currículo. Assim constituíu o seu primeiro corpo de formadores em montanha.
Apresentei à Desnível o meu currículo onde se contavam vários 4000 nos Alpes, dos quais cinco vezes o Mont Blanc, três raides de ski alpinismo também nos Alpes, um 6000, um 7000 e dois 8000, mais uma tentativa no Lhotse em 2000 onde atingi 8400m!(*)
Recebi a carta que aqui anexo.
Vale a pena ler pois é muito engraçada!

Gonçalo Velez


(*) Dois meses depois de receber esta carta atingi o cume do Kangchenjunga, 8586m.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Sauvons l'Aigle

Há um refúgio no Parc des Écrins, o refúgio de l'Aigle, que as autoridades locais querem destruír para construír um novo!
Foi construído em 1910 e todos os materiais para a sua construção foram carregados por guias até aos seus 3441m de altitude.
Há uma petição para pedir a protecção deste refúgio e a sua conservação no estado original.
Assina-a aqui: ht
tp://www.sauvonslaigle.fr


quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Palestra: Expedição ao Manaslu (8163m) - Gonçalo Velez






No dia 15 de Janeiro de 2008 às 21h30 (em ponto!) realiza-se a Palestra sobre a Expedição ao Manaslu (8163 m) do Gonçalo Velez.

Será ocasião também para reinaugurar a sede depois das obras de ampliação recentemente efectuadas.
Local: Associação Desportos de Aventura Desnível, Casa da Gruta, Rua de São Mateus, Bairro de São José, 2750 Cascais, tel 214847084, tlm 961304929, ver localização.

Apareçam!